Os acentos diferenciais de 'pelo', 'polo' e 'pera' já vão tarde!
PASQUALE CIPRO NETO
COLUNISTA DA FOLHA   
O Acordo passou o facão nos acentos diferenciais. Mantiveram-se só os  de "pôde" e "pôr".
O diferencial de "pôde" é de timbre (fechado, no caso) e  distingue "ele pôde" de "ele pode".
O circunflexo da forma verbal "pôr" a  distingue da preposição homógrafa (átona) "por".
Os demais acentos  diferenciais foram sumariamente eliminados pelo Acordo. Deixaram de existir as  seguintes grafias: "pára" (do verbo "parar"), "pêlo/s" (substantivos), "pélo",  "pélas" e "péla" (do verbo "pelar"), "pólo/s", "pôlo/s" e "pêra" (substantivos).  Esses acentos se justificavam pelos correspondentes homógrafos átonos: "para"  (preposição), "pelo" (combinação de preposição e artigo), "polo" (combinação  arcaica de preposição e artigo) e "pera" (preposição arcaica).
Com exceção do  acento na forma verbal "para", os demais já vão tarde. O de "para" fará falta em  alguns casos. Um título como "Trânsito pesado para Recife" será ambíguo,  portanto não deverá ser publicado.
Por fim, uma novidade: é opcional o acento  em "forma" (sinônimo de "molde"). É  isso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário