Eu acho que uma das coisas melhores que eu tenho feito na minha vida, melhor que os livros que escrevi, foi não deixar morrer o menino que não pude ser , o menino que eu fui, em mim (...) Sexagenário, tenho sete anos; sexagenário, eu tenho quinze anos; sexagenário, amo a onda do mar, adoro ver a neve caindo, parece até alienação. Algum companheiro meu de esquerda estará dizendo: Paulo está irremediavelmente perdido. E eu diria a meu hipotético companheiro de esquerda: Eu estou achado, precisamente porque me perco olhando a neve cair. Sexagenário, eu tenho 25 anos. Depois de ter perdido uma mulher que amei estrondosamente, eu começo a amar estrondosamente de novo, sem nenhum sentido de culpa. E isso também é pedagógico. (PAULO FREIRE, Pedagogia dos sonhos possíveis. São Paulo: UNESP, 2001, p. 101)
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