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HAUSER

 

Até o século XVIII, os autores nunca haviam sido outra coisa

senão os porta-vozes do seu público; cuidavam dos seus leitores,

assim como os criados e empregados tratavam dos seus bens

materiais. Aceitavam e confirmavam os princípios morais e os critérios

de gosto geralmente reconhecidos, não os inventavam nem

os alteravam (...) É só no século XVIII que o público se separa

em dois campos diferentes, e a arte em duas tendências rivais.

Daí por diante, cada artista é confrontado por uma dualidade de

ordens opostas: o mundo da aristocracia conservadora e o da

burguesia progressiva, entre um grupo que se agarra obstinadamente

aos velhos valores, tradicionais e supostamente absolutos,

e outro que se baseia no ponto de vista de que mesmo esses

valores, e eles mais do que nada, são historicamente condicionados,

e que outros, mais recentes, estão mais de acordo com o

bem geral.

 

HAUSER, Arnold. História social da literatura e da arte, Tomo II.

Trad.: Walter Geenen. 3ª ed. São Paulo: Ed. Mestre Jou, 1982, p 884.

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