Do livro "Humano demasiadamente humano"
606 . O desejo de uma dor profunda - A paixão deixa, ao passar, um obscuro anseio por ela, e ao desaparecer ainda lança um olhar sedutor. Deve ter havido uma espécie de prazer em ser golpeado por seu açoite. Os sentimentos mais moderados parecem insípidos, em comparação; ao que parece, preferimos ainda um mais intenso desprazer a um prazer mortiço.
603 Amor e reverência - O amor deseja, o medo evita. Por causa disso não podemos ser amados nem reverenciados pela mesma pessoa, não no mesmo período de tempo, pelo menos. Pois quem reverencia reconhece o poder, isto é, o teme: seu estado é de medo-respeito. Mas o amor não reconhece nenhum poder, nada que separe ou distinga, sobreponha ou submeta. E, como ele não reverencia, pessoas ávidas de reverência resistem aberta ou secretamente a serem amadas.
Talento - Em algumas pessoas o talento parece menor do que é, pois elas sempre se impõem tarefas grandes demais.
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